Eternizado em clássicos como "Cantando na Chuva", bailarino, ator e diretor morreu em 1996 aos 83 anos
Nesta quinta-feira, 23 de agosto, Gene Kelly estaria completando 100
anos. Morto aos 83, em 2 de fevereiro de 1996, enquanto dormia em sua
casa, em Los Angeles, Kelly deixou um legado difícil de apagar – evocado
pela sua imagem cantando e dançando molhado no clássico Cantando na Chuva (1951).
Para marcar a data, ZH recupera texto do jornalista Roger Lerina
publicado em 4 de fevereiro daquele ano. Para completar, reunimos
aqui vídeos de momentos importantes da carreira de Kelly, um mito do
cinema, dos musicais e da dança.
Gene Kelly era o operário da dança
Por Roger Lerina
"Quando dançava, Fred Astaire representava a aristocracia. Gene Kelly
era o proletariado. A comparação é do próprio Gene Kelly, que morreu
sexta-feira em Los Angeles aos 83 anos. As definições expressam a
complementaridade dos trabalhos dos dois maiores bailarinos que o cinema
já conheceu. Ambos vieram do sapateado e do vaudeville, dançaram em
clubes e montaram seus próprios shows, mas um pequeno fato talvez
explique a diferença entre Fred Astaire e Gene Kelly. Fred começou
dançando com sua irmã Adele, enquanto Gene tinha como parceiro seu
irmão.
Assim, Fred Astaire desenvolveu um estilo refinado, sofisticado,
misturando o sapateado a danças de salão e ao balé, enquanto Gene Kelly
aperfeiçoou uma técnica mais viril, atlética, privilegiando o sapateado
mais popular. Gene não teve uma Ginger Rogers, mudando de parceiras a
cada filme: Rita Hayworth em Modelos, Leslie Caron em Sinfonia de Paris, Debbie Reynolds em Cantando na Chuva, Cyd Charisse em Dançando nas Nuvens.
Gene Kelly estreou no cinema pelas mãos de Busby Berkeley, então o mais festejado diretor de musicais, no filme For Me and My Gal (1942). Com Modelos (1944), Gene debutou como coreógrafo. Alcançou o sucesso com Marujos do Amor (1945), ao lado de Frank Sinatra, e Ziegfeld Follies (1946), em que divide a cena com Judy Garland e Fred Astaire. Em Um Dia em Nova Iorque (1949), novamente com Sinatra, Gene lança-se também à direção. A consagração chega com Sinfonia de Paris (1951), de Vincente Minnelli, filme que lhe deu um Oscar especial pela coreografia.
Cantando na Chuva consolida seu talento como diretor, exercitado ainda em filmes como Dançando nas Nuvens (1955), Gigot (1962), Diário de um Homem Casado (1967), Alô, Dolly (1968) e Isto Também Era Hollywood (1976). Sua última aparição no cinema foi em Xanadu (1980), em que aparecia dançando sobre patins, aos 78 anos.
Fonte:http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/cultura-e-lazer/segundo-caderno/noticia/2012/08/ha-cem-anos-nascia-o-mito-da-danca-e-do-cinema-gene-kelly-3861647.html